Desde que Michelle assumiu o controle das decisões médicas houve desconfiança em relação a Macedo
O cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou o ex-presidente Jair Bolsonaro em cinco ocasiões —incluindo a facada de 2018—, revelou que foi afastado do acompanhamento médico do político. Em entrevista, Macedo afirmou que a decisão partiu de Michelle Bolsonaro, deixando claro seu descontentamento:
“Jamais neguei atendimento a ele, já o operei em situações gravíssimas. Desta vez, não sei se foi decisão da dona Michelle, mas provavelmente foi. Ela resolveu chamar outro grupo médico.”
O médico, que diz nunca ter cobrado pelos procedimentos, evitou usar a palavra “ingratidão”, mas admitiu: “Foi uma não valorização do meu trabalho.” E completou, com certa mágoa: “Ele virou um ex-paciente, sinceramente.”
O conflito por trás da troca
Macedo destacou que seu histórico com Bolsonaro é extenso — desde a facada em Juiz de Fora até as obstruções intestinais que levaram a uma colostomia (procedimento que ele mesmo revertou depois). Para ele, esse conhecimento prévio era crucial:
“Tenho todos os prontuários, sei exatamente o que ele enfrentou. Se não quiseram que eu continuasse, problema deles.”
Sobre a justificativa de que seria mais prático tratar Bolsonaro em Brasília do que em São Paulo, o médico foi taxativo: “Se ele não quis vir, paciência. Mas sempre que operei aqui, ele saiu bem.”
A sombra de outro caso polêmico
Fontes próximas a Bolsonaro disseram que Michelle assumiu o controle das decisões médicas e que houve desconfiança em relação a Macedo — especialmente após a morte da deputada Amália Barros (PL-MT), que ele operou em maio de 2024. A parlamentar faleceu após uma cirurgia no pâncreas, mas Macedo evitou comentar o caso, limitando-se a dizer: “Sempre fiz o melhor possível pelo Bolsonaro.”
Enquanto o ex-presidente se recupera em Brasília, a mudança na equipe médica gera perguntas: Michelle preferiu confiar em outros profissionais, ou houve um rompimento mais profundo? O fato é que Macedo, após anos de dedicação, agora vê seu vínculo com Bolsonaro chegar ao fim — e não esconde a frustração.